Arquivo | setembro, 2010

Alika

30 set

Neste vídeo, vemos a espanhola Alika dançando taqsim (em breve no blog) e o ritmo baladi na Espanha, em 2005, durante o BellySurdance.

Alika iniciou seus estudos na dança clássica com apenas três anos de idade. Foram anos nesta modalidade e também foi dançando flamenco que esta bailarina se interessou pelas danças de diversas culturas. A paixão pela dança do ventre foi imediata e logo aprendeu com grandes nomes como Fadua Chuffi, Lenna Beaty e Samara Hayat.

Não demorou muito para viajar ao Egito e conhecer a mestra Raqia Hassan. Logo após foi para Buenos Aires na Argentina, onde treinou com Amir Thaleb, Sarata, Maiada e Saida. Sem contar as aulas particulares com Jilina, Aziza e Randa Khamel. Já deu para entender que Alika captou diversos estilos e criou o seu próprio, certo? Vimos um vídeo desta bailarina aqui no blog quando falamos de giros na nossa videoteca. Alika trabalha o giro Sufi (relembre aqui) e também com o estilo clássico da dança do ventre.

Atualmente, Alika estuda as fusões da dança do ventre como o tango e flamenco e é mestra da casa de dança “Alika Danza“, a primeira escola espanhola especializada em Andalucia. Desde maio de 2004 cria, dirige e produz o festival internacional de dança oriental chamado BellySurdance.

Ela divide todo o seu aprendizado em workshops e seminários pela Espanha, México, Argentina e Brasil e já participou de festivais internacionais como Etnosur’04 e Etnosur’07; o World Music da Europa; X Encontro Internacional de Danças Árabes de 2008, realizado em Buenos Aires e veio ao Brasil em 2009 para o X Festival Internacional Luxor, em São Paulo.

Alika é bem tradicional na hora de se vestir para suas apresentações. Roupa de duas peças com cinturão carregado e bustiê com franjas são sua marca registrada quando vai dançar música clássica ou derbake. Geralmente, é de uma cor só, como dourado e lilás, e seus cabelos vermelhos costumam ficar soltos para dar graça aos movimentos que faz com a cabeça, típicos do zaar. Falando em movimentos, eles são bem grandes.

Alguns dizem que são exagerados, mas nota-se a característica comum das argentinas e algumas bailarinas espanholas quando Alika dança. Elas conseguem ocupar todo o palco e parecem ter mais de dois metros de altura justamente porque mantém a postura perfeita e fazem os movimentos de braços e ondulatórios bem grandes para que todos possam ver. Suas batidas são bem marcadas e a expressão é mais neutra, coisa que os egípcios não gostam muito.

No vídeo acima, vimos Alika na dança árabe clássica, agora confira o derbake da espanhola apresentado em 2008 no México.

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Fitas

29 set
Você conhece a fita usada na ginástica artística? Talvez você já tenha a visto em movimento nas mãos de um ginasta rítmico. Apesar de rara na dança do ventre, sempre há uma ou outra bailarina que quer inovar, usando-a como um acessório diferente.

Não se sabe ao certo quando elas foram inseridas na dança do ventre, mas é possível estimar que seja da época do início das fusões mais contemporâneas, ou seja, é uma inovação dos últimos anos. No entanto, a fita é um dos elementos utilizados na ginástica rítmica, esporte praticado desde a Primeira Guerra Mundial. Aos poucos, a ginástica incorporou a música e passos de dança e, em 1984, esta modalidade foi reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional e passou a figurar nos Jogos Olímpicos desde então.

As fitas são de cetim ou seda, podem medir até seis metros, como as deste esporte, e são presas a uma varinha de madeira, plástico ou bambu, com aproximadamente 50 cm. Também é chamada de estilete. Na ginástica olímpica a regra diz que devem ter entre quatro e seis centímetros de largura e não podem ter mais de 35g.

Na dança, as fitas são usadas em aberturas de grandes espetáculos de palco, simples ou em dupla. A técnica fundamental é mantê-la em contatnte movimento, criando desenhos no ar. Por exemplo, assim como os véus (tradicional, pói e fan), você pode girá-la em diversas direções, formando círculos e formas diversas. Também pode fazer pequenas ondinhas. Outro efeito legal é a espiral na vertical. Um passo bem bacana de fazer é o pivô, usando a fita para fazer oitos nas laterais do corpo.

As fitas podem ser monocromáticas, em degradê ou no estilo arco-íris, que sempre faz muito sucesso. Para ilustrar, selecionamos um vídeo das alunas do estúdio Meira El Nahid, com a coreografia Sol, apresentada no 2° Fest Ventre Guarujá. Acima, vocês também viram a bailarina Thalita Menezes, apresentando a música Tamil, composta por Mario Kirlis, com fitas e bengala. Nem precisa dizer que é preciso ter muita agilidade, força e coordenação para usar este acessório, não é mesmo?

Arghul

28 set
Meninas, está cada vez mais difícil encontrar informações detalhadas sobre os instrumentos musicais usados na música árabe! Mas vamos lá! O arghul é um ancestral do clarinete de origem egípcia, primo do mijwiz.

Também é chamado de yarghul, argol, arghool, arghul ou ainda arghoul. Ufa! Tantos nomes no entanto representam um mesmo instrumento de sopro composto por dois tubos.

Um deles possui aproximadamente cinco a sete furos, enquanto o outro é usado para regular a afinação do instrumento. Este último pode ser bem mais longo do que o tubo anterior, responsável pela melodia, e pode chegar a ter dois metros!!

Tocar um arghul exige uma habilidade respiratória conhecida como circular. São muito tradicionais na música árabe, em especial nas músicas usadas na dança do ventre.

Existem em três diferentes tamanhos: o grande (arghul alkebir), o médio (arghul alsoghayr) e o pequeno (arghul alasghar). Quando identificá-lo, lembre-se dos passos indicados para serem explorados em outros instrumentos de sopro que você conhece e vá em frente. A melodia é muito semelhante e pede movimentos sinuosos com variações de velocidade.

Para este post, escolhemos um vídeo diferente, que descreve como um arghul é construído, desde o momento em que a madeira é cortada do pé. Divirta-se!