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Como montar uma coreografia de clássico?

9 fev

Pois é, cedo ou tarde quem faz dança do ventre depara-se com este enigma. O desafio, porém, não é nenhum bicho de sete cabeças e não é necessário ter anos e anos de experiência para montar uma coreografia dessas. É claro que a experiência colabora com uma dança mais limpa, variedades de passos e técnicas apuradas. Existem algumas regrinhas bem simples que facilitam muito. Lápis e papel na mão e vamos lá:

1) Introdução
Escolha uma música da sua preferência, que você goste e que se sinta bem ouvindo, pois você irá escutá-la diversas vezes.

2) Roteiro
No primeiro momento ouça a música para montar um roteiro de deslocamento. Ou seja, faça um desenho do caminho que você pretende percorrer, onde pretende parar, quando voltará a se deslocar e para que direção irá fazer a finalização. Faça um esforço, você vai cair na tentação de ficar criando passinhos e movimentos que combinem com a música. Mas essa é outra etapa.

Aproveite este momento para decidir se você irá usar algum acessório na entrada, qual será ele e quando você irá deixá-lo.  Lembre-se de pensar no seu público. Já falamos aqui nas videotecas sobre os públicos de palco (em três direções) e os de salões (quatro direções).  Use estes exemplos para decidir como irá  se movimentar e chamar a atenção da plateia.

2) Mapeamento da música
Feito tudo isso, pare para estudar a música. Você deve fazer uma análise muito atenta dos ritmos utilizados, em que momentos há transições e localizar as paradas mais fortes e taqsins. Para isso você deve estar com o ouvido afiado. Claro que alguns ritmos são fáceis de confundir, por isso, pesquise. Os ritmos aqui do Cadernos com certeza vão ajudar você nessa missão.

3) Aplicar mapeamento ao roteiro
Agora que você já sabe a ordem em que os ritmos aparecem, suas características e a melodia da música veja como isso tudo se encaixa no seu roteiro de deslocamento. Em que trecho você vai estar se deslocando? Quando você planejou ficar parada, qual é o ritmo? Será que não é melhor optar por parar de se deslocar em outro ritmo? Pense em todos os detalhes, pois já está chegando ao final!

4) Movimentos e sequências
Finalmente, depois de estudar muito bem a música e o seu espaço, é hora de pensar nos passos. Comece pensando nos ritmos, eles sempre trazem consigo uma série de passos que podem ser utilizados. Saidi, por exemplo, chama batidas de quadril fortes e acentuadas, básico egípcio. O Malfuf, por sua vez, pede passos de deslocamento rápido, como caminhadinhas e passeio no bosque. Depois, pense em sequências-chave para os principais momentos.

Você não precisa coreografar uma música clássica inteira. Prepare-se bem, não perca o ritmo e deixe-se levar pela melodia e ritmo para improvisar. O clássico também exige isso da bailarina: dançar com o coração.

Faça o máximo para não trocar de música durante todo esse processo, mas se você se cansar, não se desespere. Muitas coisas podem ser aproveitadas na sua próxima escolha. Com este modelinho você será capaz de montar uma coreografia simples e bonita de clássico. Agora é a sua vez de lembrar do seu repertório de passos para criar algo elaborado e diferente.

*** Colaborou com este post:  Samra Hanan – Graduada em educação física. É professora de educação física e dança do ventre. Pós-graduada em dança e idealizadora do Grupo Simbiose.

Veja + Dicas e Modalidades
Estrutura da música clássica

Georgina

10 jan

Pouco conhecido no Brasil e, provavelmente, em outros países ocidentais, este ritmo turco, também conhecido como Yuryuna é um dos que o maestro Mario Kirlis mais gosta.

Caracteríticas
É mais longo do que ritmos mais conhecidos como o Said, Baladi, Maksoum, entre outros, pois trata-se de um ritmo de dez tempos. Pode ser tocado com o Dum na primeira ou na segunda marcação.

Composição
DUM TAK TAK DUM TAK TAK

Como tocar
Pegue seus snujs e faça como você sempre costuma tocar, fazendo as batidas com diferentes intensidades. Ouça a faixa selecionada abaixo, de um CD do músico Issam Houssam, do grupo Bellydancer Superstars para estudar o ritmo puro. Outra opção é assistir ao vídeo em que o rimo aparece sendo tocado em um alaúde.

Dicas de passos
O ideal é soltar a imaginação para marcar especialmente os contratempos. Para inspirar você, selecionamos um trecho do vídeo instrucional de Saida e Mario Kirlis e recomendamos que assista também a sua performance de “Raqsaida”, já que na segunda parte há um trecho de Georgina.

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Tawil

20 dez

Típico árabe que significa “largo”, pois é lento e esticado. Em seu vídeo instrutivo, Mário Kirlis comenta que as pessoas muito altas são chamadas de “tawilas”.


Características

O ritmo Tawil é muito semelhante ao Malfuf ou Laff. Como você deve saber, Malfuf é aquele ritmo cujo significado é “enrolado” (lembre-se também que o Melea Laff é a dança do lenço enrolado). A semelhança acontece porque o Tawil possui acentos exatamente nos mesmos locais que no Malfuf. Veja como isso acontece.

Composição
A frase musical do Tawil é DUM TAKA TAKA TAK TAKA TAKA TAK TAK.

Repare que os acentos ficam no DUM e no TAK. A forma acima está em 4/4, mas também pode ser escrita em 8/4, deixando a versão mais lenta ainda.

Já a composição do Malfuf é muito simples, trata-se de um 2/4. A frase musical é curta, assim: DUM TAKA TAKA
Como treinar
Estamos cansadas de saber como treinar o ritmo com snujs: DUM e TA em uma mão (ou com a variação de DUM em ambas), KA na outra.

Dicas de passos
Como é um ritmo pouco estudado em aula, usaremos o vídeo da bailarina Saida como referência. Veja como ela enfatiza os DUMs com marcações de quadril e chutinhos, batidas laterais e encaixe de abdômen. Já o restante é levado com ondulações diversas, tais como oitos para cima, redondinhos, camelos e pivôs. Agora que você já sabe como é, solte a imaginação para inventar as suas próprias sequências.

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