Neste mundo da dança do ventre tem de tudo. E nosso papel aqui nesta coluna não é acusar ou elogiar ninguém, mas ajudar a circular tudo o que rola por aí. Depois da videoteca puxada para o folclore, com uma apresentação de Hagalla, selecionamos uma fusão, bem moderna.
Trata-se de uma dança do ventre vintage. As roupas, maquiagem e movimentos lembram muito da dança tribal moderna. Porém, os tons são claros, há babadinhos na saia e, claro, a presença da sombrinha.
A performance de Haalima aconteceu no Tribal Fest Budapest, em 2010. E aí, gostaram? O que acham dessa variedade de fusões?
O mundo das fusões na dança do ventre praticamente não tem limites. Você já pensou em misturar sapateado com dança do ventre? Pois é, a bailarina Shahdana e os dançarinos The Lombard Twins não só pensaram nisso como optaram pelo derbacke. Não é muito difícil de imaginar como isso surgiu, afinal, a trajetória da moça começou com danças diversas, como hip hop e jazz. Os argentinos começaram a carreira inspirados por Michael Jackson e daí para frente foram para a televisão, mas foi em Nova Iorque que se especializaram no sapateado (Tap Dance).
Prato cheio para quem curte conhecer novas fusões, o vídeo da semana mostra os rapazes caprichando no “derbacke”, enquanto Shahdana faz passinhos que todas nós conhecemos. Batidas de peito e de quadril, camelo, ondulações e muitos shimmies fazem parte da apresentação. Existem outras fusões, especialmente em grupo que usam músicas como acompanhamento, já aqui os irmãos Martin e Facundo preferem deixar tudo por conta deles próprios.
Agora passamos a bola para vocês. O que acharam da mistura? Ficou legal ou não? Já conheciam?
No vídeo acima, vemos a bailarina Nesrin Topkapi. Antes mesmo de completar 6 anos, esta turca iniciou seus estudos com balé clássico em uma escola dirigida por Madame Olga.
Em 1966, foi para Inglaterra e lá dançou por oito anos em um local conhecido por Topkapi. Foi daqui que surgiu o sobrenome dela.
Em 1974, voltou para Istambul e começou a trabalhar no cassino Maksim em um espetáculo realizado em homenagem ao Reza Pahlavi. Ela dançava e cantava e saiu em turnê pela Turquia por um período de três anos.
Em 1982 a dança do ventre já fazia parte desta bailarina. Não encontramos muitos registros de como ela começou, mas sabemos que em 1986 ela já tinha seu estúdio de dança, balé e musculação, chamado Sibel Danças.
Como a dança do ventre era ainda um tabu, ela ensinava para os alemães que visitavam o país. Ela chocou o mundo com suas apresentações na televisão nesta época tão dura.
No vídeo abaixo já podemos notar algumas características desta bailarina. Suas roupas nunca mostram a barriga, pode até aparecer um pouco, mas é sempre algo discreto. Além disso, geralmente impera uma cor só.
Neste caso é o amarelo que aparece como dourado, amarelo puro e até alaranjado. Seus cabelos costumam ficar presos e as saias mais rodadas. E, é claro, sempre no salto alto.
Os passos são bem leves, mas aparecem sem o menor esforço. Sua expressão é delicada e vemos que ela conhece muito bem a música enquanto dança.
Ao contrário das argentinas, não marca muito os famosos toque árabes deixando a assim a sua dança mais contínua. A fusão com o balé aparece tão suave que pode passar até desapercebido para quem nunca ouviu falar desta fusão.
Os braços são bem alongados e a postura típica das bailarinas desta região. E a música é clássica e daquelas longas…bem normais para a época de seu auge na dança do ventre.
Nersin não parou por aqui. Participou de vários grupos como coreógrafa e professora e já lecionou em universidades.
Conquistou o mundo com seu jeitinho sutil, elegante e emotivo de dançar. Assista a uma apresentação de folclore:
Atualmente ela cuida do centro de dança chamado Dancetrum, onde há aulas de dança do ventre, flamengo, tango argentino, pilates, danças gregas dentre outra modalidades e conta com 1400 alunos matriculados.
E quem pensa que ela parou de se apresentar, está enganado. Encontramos dois vídeos recentes dela. Confiram.