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Nawary

29 nov

Na semana passada estudamos um ritmo essencial para se dançar o dabke. Mas como quase toda música árabe não é feita de um ritmo só, vamos ver como outro ritmo aparece em peso nesta modalidade de dança: o nawary.

Nawary ou Tabl surgiu pela primeira vez nas províncias da Síria e do Líbano e é caracaterizado como um ritmo da família baladi muito utilizado no Egito ainda mais em solos de derbake.

O seu nome diferente é por causa dos ciganos Nawar, conhecidos por serem um dos povos que mais influenciaram a música árabe.

Características
Sua estrutura é bem marcada e cada vez que ouvimos o Dum é quase impossível não lembrar da dança dabke, que estudaremos em breve aqui no Cadernos.

Composição
É um ritmo 4/4, possui dois DUM, dois TAKA e um TA. Ao contrário de muitos ritmos desta composição sua frase inicial começa com TAKA.

TAKA DUM TAKA DUM TA. Parece um baladi mais animado, não? Por isso, preste atenção para não confundir, ainda mais que muitos derbalkistas adoram floreiar o nawary.

TA KATADUM TAKA TAKATAKA e ainda pode ser tocado como TA KATADUM DUM TAKATAKA, ao ser combinado com o ritmo wahda.

Como treinar
Pegue seus snujs e mãos a obra! Com as duas mãos, marque os DUM e separe entre direita e esquerda os TA e os KA.Se preferir (e se tiver), experimente tocá-lo com o adufe ou até mesmo com o derbake.

Dica de passos
Não vamos entrar em muitos detalhes porque vamos estudar o dabke em breve, mas pulinhos, chutes e giros são os passos mais usados. Você pode pular na hora dos DUMs e chutar nos TA e KA, ou até mesmo girar dentro deste ritmo 4/4. O importante é manter aquele sorriso no rosto e se divertir.

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Asmahan

25 nov

A libanesa Asmahan se interessou pela dança do ventre quando viu a apresentação de Bal Anat, do grupo da Jamila Salimpour, durante uma feira da renascença, realizada em São Francisco, nos Estados Unidos. Ela ficou encantada com o brilhos das roupas, o barulho das moedas dos cinturões, sem contar que achou a dança encantadora, feminina e espiritual.

Desde este momento, Asmahan percebeu que esta dança tinha uma energia de outro mundo. Não resistiu e foi conversar com a Jamila. Para sua surpresa, Jamila a convidou para dançar.

Nesta época, Asmahan trabalhava como estilista e fazia roupas para artistas, socialities da cidade, mas encontrou tempo para se dedicar a algumas aulas. Quem pensa que ela não teve dificuldade, está enganado. Diz-se que ela não tinha coordenação motora, noção de ritmo e achava que seria impossível aprender.

Mesmo assim, foi a fundo e se matriculou em cursos de snujs, derbakes, leitura musical e também história árabe. Ela aproveitou seu conhecimento como estilista e aplicou nas suas roupas de dança.

Asmahan ficou três anos em São Francisco e depois partiu para Londres. Lá, conheceu renomados músicos árabes e aprendeu a dançar com bandas ao vivo. Teve aulas com grandes nomes egípcios que ministravam aulas no país, como Mona el Said. Logo após foi para Viena, onde o nome Asmahan já era conhecido. Sua carreira estava decolando e resolveu ir para Cairo.

No país da dança do ventre, trabalhou em pequenos hoteis e quando visitava os locais mais famosos, conheceu Fifi Abdo. Durante a apresentação,
Fifi desafiou Asmahan – a estrela da Califórnia – a dançar. Para a surpresa de alguns presentes, ela arrasou e ainda ganhou o contrato que era assinado por Fifi para dançar em um grande hotel, chamado Meridian.

Aqui a orquestra passou a fazer parte de todas as suas apresentações. Seu sucesso atraiu o interesse de diversos empresários e Asmahan foi dançar no famoso hotel Mena House ao som de uma orquestra com 15 músicos.

Trabalhou com nomes grandes como  Nagwa Fouad e Tahia Carioca. Chocou muitos do ramo por ser considerada uma egípcia sem ter nascido e criada no país. Ficou dois anos no Cairo e retornou para Londres.

Asmahan acredita que os músicos são o sangue de uma bailarina, logo, tem que haver sintonia entre os dois.  A sintonia é tão grande que já fizeram um música especial para ela e nota-se como ela está conectada à música enquanto dança.

Como ela é libanesa, encontramos características comuns às bailarinas do Líbano: movimentos grandes e braços alongados. Ela é conhecida por apresentações-show, das quais algumas pessoas não gostam. Por exemplo, em uma apresentação aqui no Brasil, durante um festival da escola paulista Luxor de dança do ventre, ela entrou vestida como se fosse uma flor: pétalas ao redor do corpo.

Conforme ela dançava, ia retirando cada acessório. Para se ter uma ideia, separamos um vídeo dela dançando no navio que passeia pelo rio Nilo.

Suas roupas são bem chamativas e normalmente têm muito brilho. O cabelo costuma ficar solto e os olhos bem marcados para atrair todos os olhares. Com Asmahan podemos estudar como dançar com uma banda ao vivo assim como entender como é importante estudar os ritmos e instrumentos para dançar maravilhosamente.

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Carkabib

2 nov

Parente dos snujs, os carkabib (karkabas, k´rkbs ou qaraqeb) são duas barras de metais planas com dois címbalos, usados pela tribo do Maghreb, Gnawa.

Costumam ser usados nas músicas tradicionais para trazer a cura para as pessoas doentes durante as danças de transe.

São maiores que os snujs, possuem 26,3 cm de comprimento e 9,5 cm de largura e são feitos por ferreiros especializados.

Assista ao vídeo e veja o carkabib junto com outros instrumentos típicos do Gnawa que podem aparecer na dança do ventre.

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