Apesar do enorme movimento da dança do ventre pelo mundo, invadindo as Américas e demais regiões com força, o Egito ainda hoje é um centro que concentra grandes mestres da dança. Não é para menos, afinal o país está na origem da dança e foi o berço de muitas bailarinas. Como reflexo, o chamado “estilo egípcio” é uma referência para as brasileiras, mesmo que não seja a única inspiração.
O primeiro detalhe que chama atenção é a interpretação. É raro encontrar uma bailarina egípcia com este ponto fraco. Normalmente elas sofrem e ficam alegres de acordo com letra e melodia da canção – o que pode até ficar caricato para alguns. Acima, você pode assistir ao vídeo de Dina, em que este é um traço muito característico.
Isto tudo enquadra movimentos pequenos, mas bem marcados de quadril, poucos deslocamentos e uma técnica de tremidinhos bastante caprichada. Como o quadril ganha destaque, braços e mãos ficam mais delicados e sutis. Em geral, possuem uma dissociação corporal apurada e uso de contrações musculares secas para gerar movimentos pequenos e intensos. Na música, costumam acompanhar mais o ritmo do que a melodia, sendo que os folclóricos, como o Saidi, são mais comuns. Na videoteca da última semana, você pode conferir os movimentos de Fifi Abdo, típicos do estilo egípcio, mas com todo um toque da bailarina.
Por fim, há elementos básicos da dança do ventre atual que foram incorporados por egípcias como Badia Masabni. Por causa dela temos hoje instrumentos clássicos e populares combinados, ritmos misturados e a composição musical diferenciada. No palco, ela também é responsável pelos saltinhos e pelos véus.
Deixando a teoria de lado, podemos estudar tudo isso na prática assistindo uma série de bailarinas. As já conhecidíssimas Samia Gamal, Tahia Carioca, Lucy e Naima Akef, de uma primeira geração, carregam alguns destes elementos. Azza Sharif, Fifi Abdo entre outras vieram em seguida. Para quem prefere os mais modernos, pode atacar de Randa Kamel e Dina. A brasileira Soraya é uma das que optou por seguir carreira por lá mesmo.
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