Imagine pastores nos campos cercando seus rebanhos com um longo bastão. Foi desta imagem que se originou a Tahtib, uma dança masculina da região de El Saaid, no Alto Egito, na qual homens simulavam uma luta com bastões chamados shoumas. Com o tempo, passou a ser dançada por mulheres e ficou conhecida como Raks (dança) El Assaya (bengala), ou a dança da bengala, que foi introduzida aos espetáculos de dança do ventre pelo coreógrafo Mahmoud Reda.
A dança feminina exibe mais agilidade e charme, enquanto a masculina enfatiza a postura e a força. Por isso, a mulher pode utilizar o bastão ou bengala (bastão com curvatura na extremidade) para fazer movimentos com o instrumento, marcações batendo-o no chao, equilibrá-lo ou usá-lo como moldura para o corpo. A bailarina pode fazer diversos tipos de giros com o bastão, horizontais, verticais, oitos, além usá-lo como apoio no chão ou no ombro em deslocamentos. Pode fazer batidas laterais, tremidinhos de quadril e busto, dar pulinhos e fazer marcações com o ombro.
Como uma dança folclórica, precisa ser apresentada com uma roupa típica. As mais tradicionais são as galabias. Outra opção são os vestidos, também fechados na barriga, mas um pouco mais justos. Em ambos os casos, sempre há um chale, lenço ou cinturão de moedas no quadril, para marcar bem sua movimentação. Também é comum usar lenços na cabeça.
Em geral, o Said e o Baladi são os ritmos mais comuns para esta dança, mas também existe com Maksoum e outros. Além disso, como se trata de uma dança folclórica, é muito fácil reconhecer o mizmar, que agora você já conhece em detalhes, nas músicas. Algumas fontes afirmam que Fifi Abdo, breve biografia no Cadernos de Dança, teria sido uma das primeiras bailarinas a usar bengalas nos shows. Atualmente, é comum ver apresentações com bastões duplos, influência da arte circense. No vídeo acima, da vencedora da categoria solo amadora do Mercado Persa 2009, é possível identificar as roupas citadas no texto, a referência às lutas que originaram a dança e os passinhos comentados.
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