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Andaluz

30 mar

O vídeo acima mostra uma compilação da dança andaluz.

Este estilo de dança teve sua origem na Espanha na época das invasões árabes na península ibérica com o objetivo de expandir a fé islâmica. Este povo ficou conhecido como mouros e eles habitaram em Andaluzia.

Nesta região espanhola tiveram muitas influências dos ciganos e dos próprios espanhóis surgindo assim o Raks al Andalus, ou simplesmente, Andaluz.

Esta dança, representada em grandes eventos e nos palácios reais para sheiks e sultões, é considerada um folclore na dança do ventre com influências do balé clássico e flamenco por causa da postura alongada e elegância nos movimentos.

É repleta de deslocamentos, poses, giros e movimentos de braços e quadris bem sutis, como mostra o vídeo da bailarina Nadah.

O ritmo que teria originado o andaluz seria o malfuf, mas é comum encontrar músicas com o masmoudi e samaai. Mahmoud Reda ficou muito conhecido com a forma falada/cantada (mowashah) de musicar o andaluz.

Os instrumentos mais usados neste estilo são o alaúde, rebab, darbuka, pandeiro, cítara e violino.

O andaluz é normalmente dançado por mulheres, mas não é difícil encontrar danças de casais e até mesmo masculinas.

As roupas são bem características: vestidos sem decotes com mangas em formato de boca de sino ou calças estilo aladdin (como a personagem Jennie, do seriado Jennie é um gênio).

Na cabeça, um véu fino com ou sem um chapéu (muito usado na Turquia). E os cabelos normalmente estão presos em um coque.

Claro que atualmente, é levado em consideração mais a saia e a barriga fica à mostra para evidenciar a dança do ventre.

As bailarinas podem usar lenços de seda para deixar os movimentos mais sinuosos ao seguir a melodia da música.

Pode ser dançada com leques e até mesmo o véu fan. Veja a apresentação de Kelly Obara, com a tradicional música al andalus de Albert Buss, dançando com o leque.

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Flamenco e dança do ventre

26 jan

Assistindo aos vídeos deste tipo de fusão a influência do flamenco nas roupas e até na melodia das apresentações de dança do ventre é evidente. Mas você sabe de onde surgiu esta mistura? Bom, o início é fácil de imaginar para quem conhece um pouco de história. Quando os árabes invadiram a Península Ibérica (século VIII), houve uma mescla entre culturas européias (de povos chamados de artésicos , oriundos do Norte da África) e orientais (da região de Damasco, conhecidos como berberes e turcos).

A partir deste momento, uma das manifestações culturais comuns na Andaluzia eram as festas mouras, com música, dança e sempre acompanhadas de aplausos. Das festas surgiu um ritmo que ficou conhecido como zambra, (no árabe, “Samra”) e significa “morena”. Posteriormente, o ritmo deu origem à dança que ficou popular na Espanha nos anos 40 e 50 com bailarinas como Lola Flores, Carmen Amaya e La Chunga.

Depois deste breve histórico, é possível identificar algumas características na fusão feita hoje na dança do ventre. Dela, foram incorporadas principalmente as ondulações e tremidinhos diversos, já os quadris perdem potência e destaque. Do flamenco, em especial a postura e trabalho de braços e mãos, sempre em movimento e com dedos bem abertos. A professora Lua Samsara explica que “os movimentos de dança do ventre, são misturados à postura mais rígida do flamenco, os braços e mãos são mais fortes, perde-se um pouco a suavidade da dança do ventre”. Do flamenco foram incorporados paseos, golpes, palmeados, sapateados, giros típicos e cabeças de golpe. Dos ciganos, deslocamentos e trabalhos de saias. Na apresentação de casal de Zahra Li e Fabricio, no evento Maktub Festival VII, é possível ver isso com clareza.

A roupa, portanto, torna-se uma protagonista. Vestidos e saias rodados com babados, flores nos cabelos, xales sobre os ombros ou amarrados na cintura ou cintos de moedas. Na parte de cima, blusas com mangas bufantes, largas ou com os ombros à mostra complementam o visual. Apesar da semelhança do flamenco, da dança cigana e da fusão com a dança do ventre, Adriana Bele Fusco explica que são diferentes. “No flamenco existe a influência cigana extremamente forte nos cantes, em especial nos cantes gitanos.”

A música que acompanha esta fusão pode puxar mais para o flamenco ou apenas lembrar sonoridades usadas nesta dança espanhola. Em geral, há muitas melodias com dedilhados de cordas acompanhadas de castanholas ou de outros instrumentos, como é o caso do cajón (caixa de percussão de madeira). Adriana Bele Fusco afirma que podem ser usadas “alegrias, bulerias, solea, solea por bulerias, tangos, rumba ou músicas árabes e tribais que tenham um “Q” de flamenco, com sons de castanholas, sapateos, guitarras flamencas e até mesmo o canto”.

Se você gostou e tem interesse em se especializar, lembre-se de que há alguns cuidados a serem tomados. É necessário manter os joelhos semiflexionados quando há trechos de sapateado. “Não podemos esquecer das mãos e dos punhos, que nessa modalidade são bastante trabalhados, com certa força, e não recebem tanta atenção em outras”, garante Lua. Já Adriana nos lembra de outro fator essencial: “Fusão é uma mistura inteligente de mais de dois ritmos, sem deixar com que pareça que dividiu a dança fazendo parte dança do ventre e parte flamenco.”

***Colaboraram neste post:Adriana Bele Fusco – bailarina há 33 anos, é administradora da Bele Fusco Escola de Danças. Possui formação em diversos estilos. Dirige o DSA (Dancers South America), primeira Cia de Danças da América Latina. Foi uma das 2 bailarinas selecionadas pelo Bellydance Superstars na fase Europeia.

Lua Samsara – professora de Flamenco árabe, dança indiana moderna e tribal no Studio de Dança Shaide Halim.

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Aksak

6 dez

Descrição
De origem turca, o termo que nomeia este ritmo indica também um padrão próprio de músicas da região do Afeganistão, Irã, Bálcãs e Turquia. É comum ser usado em músicas de um tipo de dança do povo Laz, da região do Mar Negro.

Características
Estamos falando de um ritmo longo, cheio de pausas e paradinhas bruscas, que passam a sensação de uma vacilação. Caracteriza-se por juntar compassos com divisões ternárias ou binárias, usados no século XX na música ocidental por compositores modernos, como Stravinsky e Bela Bartók. Esta composição também é comum em músicas da Andaluzia.

Composição
Ritmo de compasso 16/4, possui uma forma gráfica extensa e pode ter pausas longas ou curtas, dependendo da região em que é tocado.

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São chamados de aksak os ritmos com padrão 3+2+2; 3+2+2+3+2.

Como treinar
A dica é a mesma de sempre. Ouça muitas músicas e CDs de ritmos. Depois que acostumar com o som, pegue os snjus. Marque os DUMs com as duas mãos ou apenas com a mão direita. Os TAs reserve também para esta mão, enquanto os KAs ficam na esquerda. Se preferir, inversa todo o processo, caso seja canhota.

**Não conseguimos encontrar informações qualificadas sobre danças, passos e movimentos relacionados a este ritmo.

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